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CENTRAL FOTOVOLTAICA AVANÇA SEM OUVIR AS POPULAÇÕES

 

CENTRAL FOTOVOLTAICA AVANÇA SEM OUVIR AS POPULAÇÕES

 

 A instalação de uma central fotovoltaica em São Domingos e Vale de Água, ocupando uma área de 1260 hectares tem, com toda a razão, agitado a população, surpreendida e preocupada com a dimensão e os impactos do empreendimento. Sobre o assunto algumas associações ambientalistas têm igualmente alertado para os seus efeitos e, em consequência, manifestado as suas reservas.

 

 Na realidade, a população de S. Domingos e Vale de Água tem o direito a saber:

 

 - Porque razão escolheu a empresa SUNSHINING SA uma localização que invade a Reserva Ecológica Nacional?

 

 - Porque razão é que a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, que há mais de um ano sabia do projecto nunca informou nem quis ouvir e esclarecer a população, mas quis logo em Julho de 2020 admitir a sua viabilidade ?

 

 - Que empresa é esta que foi constituída em meados de 2018, que não tem presença pública acessível em lado nenhum e dispõe de capacidade para um investimento que pode atingir mil milhões de euros?

 

 - Não existirão no Município de Santiago do Cacém e inclusivamente no território da União de Freguesias de S. Domingos e Vale de Água outras alternativas que não afetem a reserva ecológica nacional, protejam integralmente o montado de sobro, como é determinado por lei, não prejudiquem, acessos e caminhos rurais, minimizem os impactos paisagísticos, não prejudiquem a economia local e garantam que após os 30 anos previstos para a exploração e se garanta a sustentabilidade da área ocupada?

 

 

O Bloco de Esquerda é de opinião, e tem defendido, a urgência de combater a crise ambiental e a descarbonização da economia, o que passa pelo recurso a energias renováveis, como a energia solar, mas também entende que isso não se pode fazer contra as populações e os seus interesses, a qualquer custo.

 

 O equilíbrio entre as novas infraestruturas, como o parque fotovoltaico de S. Domingos e Vale de Água, os outros recursos naturais envolvidos e os interesses sociais e ambientais das populações é fundamental.

 

 A pandemia não pode servir para suspender a democracia e a participação cidadã, pelo que a Câmara Municipal e a Junta da União de Freguesias só podem, no respeito pelas populações exigir junto das entidades competentes, e com carácter de urgência, a prorrogação do prazo de consulta pública.

 

 A população tem de ser esclarecida e tem de ser ouvida sobre este monumental projecto de instalação de uma central fotovoltaica no seu território.

 

 

16/03/20

 

A Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda - Santiago do Cacém