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“O nosso compromisso é defender a igualdade entre homens e mulheres”

Pela Igualdade de género

O dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres é um dia de muitas lutas importantes. Os direitos ao trabalho, à educação, ao voto, ao divórcio, à saúde e à liberdade sexual e reprodutiva foram direitos conquistados por muitas décadas de lutas.

Há, hoje, graças à luta das mulheres e à democracia, mais mulheres em a trabalhar em todas as áreas e acederem às mais altas qualificações profissionais e universitárias. Mas persistem as discriminações de género entre profissões, a dupla jornada de trabalho com maior peso das tarefas domésticas sobre as mulheres, as chefias maioritariamente masculinas. As mulheres continuam a ser a maioria na precariedade, no desemprego e nos baixos salários. E de acordo com a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego há uma diferença salarial, em Portugal, de 15,8% entre homens e mulheres (dados de 2016). É como se as mulheres, ao final de um ano, recebessem zero euros por 58 dias de trabalho.

Há hoje mais mulheres na política e com papel relevante na administração pública. E tem sido tomadas medidas pelo Governo e pela Assembleia da República para reforçar a paridade entre homens e mulheres. Do mesmo modo que através de organizações não-governamentais ou agências do Estado são monitorizados indicadores de desigualdade e prestados apoios sociais, nomeadamente às vítimas de violência doméstica. Mas o caminho para a igualdade ainda é longo e as injustiças persistem.

A segurança das mulheres continua a estar em risco na nossa sociedade. Os crimes sexuais afetam principalmente as mulheres. De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna de 2017, 99,2% dos violadores são homens e 90,7% das vítimas são mulheres. Sendo preocupante o facto de, como revelam os dados do Ministério da Justiça relativos a 2016, apenas 37% dos condenados por crimes sexuais serem efetivamente presos.

Neste ano de 2019 já foram assassinadas 11 mulheres em Portugal, foram 503 mulheres assassinadas nos últimos 14 anos, conforme regista o Observatório das Mulheres Assassinadas/UMAR. Estes crimes estão a chocar o país. Contra essa violência extrema houve manifestações no dia 10 de Fevereiro, em Lisboa, no dia 14 de Fevereiro em várias cidades do país. E estão programados novos atos para 8 e 9 de março pelo fim da violência contra as mulheres.

As lutas contra a opressão e a exploração das mulheres têm muitas vertentes, social, cultural, económica, política, e dizem respeito a toda a gente. Também por isso há hoje uma greve feminista dinamizada por vários coletivos, organizados na Rede 8 de Março, com apoio de alguns sindicatos. Além da greve há uma manifestação para a qual estão a mobilizar vários coletivos e associações feministas.

Violência, diferença salarial, discriminações e assédios contra as mulheres, nada nos deixa indiferentes.

A Concelhia do Bloco de Esquerda em Santiago do Cacém saúda todas as conquistas das Mulheres e todas as iniciativas realizadas no âmbito da comemoração do dia 8 de Março. O nosso compromisso é defender a igualdade entre homens e mulheres como trave fundamental de uma sociedade que se quer cada vez mais livre e mais justa.