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Aprovada recomendação para eliminar o uso de glifosato em Santo André

O Bloco de Esquerda, através do seu eleito na Assembleia de Freguesia de Santo André (João Fonseca Santos), apresentou uma recomendação para a Junta de Freguesia abandonar o uso de glifosato e que a mesma, o exigisse também à Câmara Municipal.

A recomendação foi aprovada com 6 votos a favor, o do BE, PS(3) e PSD/CDS(2), já os eleitos da CDU (6) optaram por se abster.

Esperamos portanto, que apartir de agora a Junta de Freguesia seja celere a cumprir as diligências que lhe foram determinadas pela Assembleia de Freguesia, tal como a lei determina.

 

RECOMENDAÇÃO

"Por uma Freguesia sem Glifosato

O glifosato, enquanto herbicida, tem uma utilização sistémica não selectiva. Todos os anos são aplicadas varias toneladas deste tipo de pesticida no país. A sua utilização efectua-se ao nível do solo para limpar os campos antes das sementes, mas também na água como desinfectante. Em Portugal, o seu uso é generalizado na agricultura e também nos serviços de autarquias. Este composto tem sido ligado a vários problemas ambientais e de saúde pública por diversos estudos científicos.

Várias autarquias - de perfil mais urbano ou mais rural - já abandonaram o uso de glifosato ou têm planos para o abandonar, o que significa que deixar de usar este pesticida é não só uma necessidade mas também uma possibilidade. Santo André deve estar na linha da frente na defesa do ambiente, como na protecção da saúde da população e deixar de lado o uso deste composto.

A Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro da Organização Mundial de Saúde, na sequência de um estudo realizado em Março de 2015, por vários especialistas, de vários países, classificou o glifosato como “carcinogéneo provável para o ser humano”.

A investigação da AIIC identificou a relação entre a exposição ao herbicida e o Linfoma não-Hodgkin. Este tipo de cancro de sangue é dos que mais se registam em Portugal, com cerca de 1.700 novos casos por ano, de acordo com os dados disponibilizados pela Liga Portuguesa Contra o Cancro.

A Ordem dos Médicos considerou inaceitável a inacção do governo ao não proibir o glifosato, e com isso poder evitar casos de cancro.

Recentemente a Quercus e a Plataforma Transgénicos Fora, lançaram um apelo público para que as autarquias portuguesas deixem de usar glifosato nos espaços urbanos, alertando para o risco ambiental e para a saúde pública desta prática generalizada no país.

O glifosato representa um risco para a saúde pública. É imperioso a promoção de espaços públicos sem glifosato e livres de pesticidas com o recurso a meios mecânicos, térmicos, manuais ou outros. É essencial proteger a saúde pública e o ecossistema.

A população de Santo André não pode ser exposta a este herbicida nos espaços públicos quando há alternativa.

 

 

Assim, a Assembleia de Freguesia de santo André, reunida em Sessão Ordinária a 27 de Junho de 2019, delibera:

1. Recomendar que a Junta de Freguesia implemente um plano alternativo à utilização de glifosato, com recurso a meios mecânicos, térmicos, manuais ou outros, abandonando em definitivo a utilização de pesticidas à base de glifosato em espaços públicos;

2. Apelar à Junta de Freguesia que pressione a Câmara Municipal a eliminar o uso de glifosato na Freguesia de Santo André"